terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A casa abandonada

Sérgio e Marlon estavam brincando na rua de baixo da casa deles, quando avistaram uma casa abandonada, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito grande e com uma arquitetura bem antiga. Curiosos, entraram no lote para verem mais de perto. A princípio Marlon não queria entrar, mas Sérgio com sua curiosidade insistiu até que seu amigo entrasse com ele.
Sabiam que não havia ninguém na casa, mas por algum motivo bateram na porta antes de entrar. Como não tiveram resposta bateram novamente até que a porta se abriu sozinha. Os dois amigos apesar do medo acabaram entrando pois ficaram admirados com o que estava diante de seus olhos. A casa por fora parecia abandonada, mas o interior era como um palácio que acabara de ser construído. Sabendo que deveriam ir embora olharam para trás, viram que o sol já se punha e que já era tarde pra voltar a trás.
Era uma casa de dois andares, com móveis caros, tudo estava no seu devido lugar. Os armários cheios, os quartos com as camas feitas, o chão limpo. Mas havia algo errado, a televisão estava ligada, porém não passava nada e não havia ninguém sentado no sofá. Neste momento, um medo tomou conta dos dois amigos e se viraram para a porta, mas já era tarde demais, pois a porta se fechava do mesmo modo como se abriu. Então paralisados não sabiam o que fazer. Por um momento pensaram no que fazer e decidiram descobrir o que estava acontecendo naquela casa.
Foram até a cozinha, e nada acharam. Resolveram subir e ir até um dos quartos, quando abriram a primeira porta entraram em um quarto de bebê e sobre o berço havia um brinquedo que girava e tocava uma musica para dormir. Foram até o berço e desligaram o brinquedo quando de repente ouviram uma criança chorando, na mesma hora ligaram o brinquedo e a criança parou de chorar. Não sabiam o que fazer, mas como não podiam sair da casa e resolveram passar a noite em um quarto de casal. Logo pela manhã a porta já não se encontrava trancada e saíram decididos a guardar esse segredo e voltarem a casa ao pôr do sol.
Quando retornaram a casa, o quarto onde passaram a noite estava com a porta aberta e os lençóis cobertos por sangue. O brinquedo desligou sozinho e a criança começou a chorar. Ouviram um barulho vindo do porão e resolveram ver o que estava acontecendo. O choro da criança ficava mais forte o barulho mais estranho. A porta, o medo não os deixavam abri-la, mas pela primeira vez Marlon tomou uma decisão e abriu a porta, e assim o choro parou e o barulho agora era de pesados passos sobre o piso de madeira. Podia ver uma sombra de um homem, alto com algum tipo de ferramenta na mão. Quando esse homens chegou a luz, puderam ver um homem velho magro, com uma expressão triste em seu rosto, e, com um sorriso abrasou os garotos e se pôs a chorar. Dizia que estava preso naquele porão com uma pequena criança, viviam sobre os olhos de alguém que nunca viram a face.
O velho contou a eles que só poderia sair de lá quando alguém entrasse naquele porão desafiando assim a criatura que as mantinham presos. Neste momento, ouviram leves passos descendo a escada cantando uma musica de ninar com uma voz suave e delicada. Ao abrir a porta viram sob a luz uma linda garota, com um vestido rodado, uma boneca na mão, tranças no cabelo e um olhar triste com um leve sorriso em seus lábios. Com uma calma que lhe era natural ordenou que os garotos saíssem da casa e eles concordaram em sair mas com o velho e a pobre criança. A garota abaixando sua cabeça soltou longas gargalhadas perguntando se zombavam de sua cara. Os garotos tomaram em seus braços a criança de apenas 1 ano de idade e se coloram a correr passando assim pela garota e ela se desfazendo em fumaça, sem olhar para trás passaram pela porta. Em frente a casa pararam e o velho pegando a criança pelo braço se caminhou a uma luz até que os dois amigos não pudessem mais vê-los. Se voltando para a casa puderam ver que todo aquele luxo já não mais existia e ele voltava a ser a boa e velha casa abandonada.
Alguns anos depois, já adultos passaram em frente a casa que havia sido reformada e no gramado da casa viram uma boneca e à porta uma garota de vestido rodado, tranças no cabelo, um olhar triste e um leve sorriso no rosto e ao fundo um choro de criança soava a seus ouvidos...

Lucas - 36

Um comentário:

  1. Adorei a história. Me prendeu do início ao fim.Embora não tenha tido uma explicação para o lençol sujo de sangue, mas o contexto da história foi ótimo.Acho que com esse trabalho vamos descobrir muitos talentos escondidos.

    Berenice
    Turma 209

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