O comedor de línguas

Aconteceu a muito tempo a trás longe da civilização. Havia uma família que trabalhava na área rural e tinha um filho único.

Como de costume, José, que era pai de João e marido de Maria, saiu cedo para trabalhar na roça que era bem longe. José pediu a Maria que preparasse a língua de boi que gostava muito.

Maria pediu a seu filho que levasse o almoço para seu pai que se encontrava na roça.

E Maria pediu que levasse logo o almoço e quando João chegasse podia almoçar!

O menino disse para mãe que estava com muita fome e se podia almoçar antes e depois levar o almoço para o seu pai. Mas a mãe não concordou com ele e pediu que levasse logo o almoço para seu pai. E João com muita fome foi a caminho da roça para levar o almoço para seu pai. O caminho era muito longo, e João andou, andou e depois de muito andar sentou-se para descansar e com tanta fome que estava pensou em comer um pouco da comida. E de tanta fome nem percebeu que tinha comido toda carne do almoço do seu pai.

Quando chegou ao seu pai, com medo da reação dele, ele disse:

_ Pai, tava com tanta fome que comi toda carne do seu almoço.

O pai muito furioso cortou uma vara e lhe deu uma grande surra e depois de tanto bater o explicou quanto gostava de comer língua de boi...

_ E você não deixou nada para mim?

E no momento da raiva falou uma frase mal falada para seu filho, que a partir daquele dia seria tão fanático com língua de boi que iria andar pelas fazendas e arrancar as línguas dos animais ainda com vida para comer. Depois de muito tempo, o menino sumiu e só se ouvia os vaqueiros dizendo que haviam encontrado criações mortas e sem línguas e deu o nome ao menino de “O comedor de línguas”.

Maycon - 24