quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A casa abandonada


Após um ano inteiro de estudos, logo no início das férias de dezembro, Marlon começou a arrumar as malas, pois iria passar um tempo na casa dos avós, que há pouco tempo haviam se mudado para uma cidade do interior.
Com tudo pronto, Marlon despediu-se dos pais e fora com todo entusiasmo para a casa dos avós.
Ao chegar, foi uma imensa alegria, matou a saudade dos avós e de alguns parentes que também se mudaram para lá, e outros que passariam as férias com eles. Era abraço de tio, tia, prima, primos e o seu primo e melhor amigo desde criança, Sérgio. Ainda abraçados Sérgio disse:
- Nossa “mano” quanto tempo não te vejo. Saudades de você.
- É mesmo, quanto tempo não curtimos juntos, heim, cara?! Mas nessas férias espero que seja diferente.
Com certeza seria, mal sabiam eles o que os esperava naquelas férias. Após alguns dias depois de se acomodarem bem na casa dos avós eles resolveram dar uma volta pela cidade para conhecê-la. Então Marlon disse:
- Nossa, só a nossa vó mesmo para morar num lugar como esse.
- É mesmo, não tem nada aqui. Temos que agitar esse lugar. Vamos dar uma festa, podemos chamar nossos primos e algumas pessoas daqui também né?
- Você tá louco? A vó nunca iria deixar dar uma festa lá na casa dela.
- Bom então arrumamos um lugar, por aqui deve ter algum galpão, quadra sei lá.. É só procurar!
- É só você mesmo viu!
Então eles continuaram andando pela cidade até que encontraram uma casa abandonada com uma arquitetura bem antiga, como tudo naquela cidade.
- Olha lá aquela casa! Parece estar abandonada, se estiver podemos dar a festa ali. - Disse Sérgio.
- Credo que lugar estranho. Tem certeza?
- Bom, se estiver mesmo abandonada não vai ter problema. Vamos olhar mais de perto. Veja um pedaço do muro esta derrubado, vamos entrar.
Após entrarem e observarem um pouco pela janela do lado de fora perceberam que realmente não havia ninguém na casa, pois estava cheia de poeira. Sérgio continuou a falar:
- Vai ser aqui mesmo. Veja, é grande e espaçosa. Perfeita! Só precisa dar uma limpada nela né? Bom, amanhã a gente vem e limpa e depois damos a festa, podemos fazer uma festa tipo halloween.
E Marlon continuava calado. Voltaram para a casa e contaram sobre o que haviam feito e logo a avó se manifestou:
- O quê? Vocês são loucos? Não quero saber de vocês andando para aquele lado da cidade, desde que me mudei ouço sempre alguém falar que aquela casa é assombrada!
- Não tem nada de assombrado ali não vó, só está abandonada e chei...
Interrompendo Sérgio a avó continuou:
- Eu já falei e não quero ter que repetir que não quero vocês naquela área.
Mais tarde Sérgio foi falar com seus primos Léo e Lucas, eles ficaram meio na dúvida quando Marlon chegou dizendo:
- Sérgio, você não ouviu a vovó falando que aquela casa é assombrada?
Então Lucas disse:
- Assombrada? Que papo furado é esse? Então eu vou sim, adoro aventura!
- Eu também vou. Amanhã a gente vai lá, limpamos e em seguida damos a festa. - Completou Léo. Sérgio foi logo falando:
- Temos que ir bem de noite, porque a vó dorme cedo, se ela vê a gente indo até a casa vai encher o nosso saco!
Todos aceitaram, inclusive Marlon, mas ainda sim com um pouco de receio.
No outro dia, eles prepararam tudo: panos, desinfetantes, rodos, vassouras, enfim deixando tudo no jeito. Quando começou a anoitecer, a avó se deitou, passou um tempinho e os jovens já foram saindo. Lucas foi falando no caminho:
- Vamos mostrar pra vovó que esse papo de casa assombrada é só historinha desse povo antigo.
- É mesmo. Concordou Sérgio.
Ao chegarem à casa, foram logo pegando a lanterna e acendendo, passaram pelo muro e já iam entrando quando Marlon falou:
- Eu vou voltar. Estou com uma sensação de que vai dar tudo errado!
Os primos começaram a zombar chamando-o de covarde.
Mesmo depois das zoações Marlon ia voltando pra casa enquanto os três entravam pela casa vasculhando tudo, havia muita teia de aranha poeira e alguns móveis cobertos com lençóis brancos. Léo disse:
- Essa casa tem mesmo uma pinta de assombrada. Bom, mas vamos limpar logo porque amanhã nossa festa vai bombar.
Depois que já haviam limpado boa parte da casa, chegaram até uma sala (parecia ser a de jantar) e viram vários bonecos de cera naquele cômodo, porem aqueles bonecos tinham alguma deformação no braço, no rosto, enfim... e com cara de pessoas tristes.
Enquanto os amigos ficaram, Marlon ia andando de volta pra casa da vó naquela estrada deserta quando surgiu no meio do seu caminho uma coruja, que ficou encarando-o por um bom tempo. Ao se aproximar de Marlon, a coruja se transformou em uma bela mulher que começou a perguntar:
- Por que você está voltando? Por que você não ficou para ajudar os seus primos?
Com a cara até pálida Marlon disse que não queria desobedecer a sua avó e a mulher continuou perguntando:
- Por que vocês foram entrando sem pedir permissão? Será que não sabem que a curiosidade mata?
Marlon disse:
- Mas eu nem cheguei a entrar...
Sem que Marlon tivesse acabado de se explicar a mulher sumiu no meio da estrada como que num passe de mágica no meio daquela escuridão. Marlon, assustado, voltou até a casa abandonada para contar aos primos o que havia acontecido. Após chamar várias vezes e sem sinal dos seus amigos, Marlon entrou e começou a procurá-los, andou pelo banheiro, cozinha, quarto, até que chegou à sala com os bonecos de cera. Ao entrar, deu de cara com os amigos cobertos de cera, também com as caras tristes e deformadas como se tivessem agonizando. Com tamanho susto ao ver os amigos, Marlon caiu ali mesmo desmaiado no chão.
Depois daquele dia, nunca mais se viu aqueles quatro jovens, assim como todas as outras pessoas que entraram naquela casa.
Depois disso, a avó e os parentes saíram daquela pequena cidade.
Bom, e a casa assombrada? Ela continua no mesmo lugar, aterrorizando quem passa pela cidade e desaparecendo com quem entra dentro dela.

Vanessa - 33

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